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Gospel

Ana Paula Valadão presta homenagem ao líder do Kings Kids

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Foto: Reprodução

O ministério King’s Kids é reconhecido em todo mundo pelo seu forte trabalho de evangelismo com jovens e adolescentes. Ligado a JOCUM (Jovens com uma missão) e liderado no Brasil pelo Moisés, o KK marcou a vida de muitas pessoas, entre elas, de Ana Paula e André Valadão, que fizeram parte da primeira equipe do país.

Em seu blog pessoal, Ana Paula conta sobre o falecimento de Moisés e compartilha sobre o crescimento que ela mesma teve através do ministério em sua adolescência.

Leia abaixo:

“Faleceu o querido líder e fundador do King’s Kids no Brasil, Moisés. Apesar de nossas orações para que o Senhor permitisse que ele ficasse entre nós, aprouve ao nosso Deus levá-lo para Si. Ele e o ministério que dirigia foram responsáveis por marcar minha vida e trazer um senso de destino, direção, chamado e propósito.

Por mais que eu tenha recebido uma herança maravilhosa de meus pais e família, foi aos 13 anos, com King’s Kids, que o rumo da minha história mudou. Antes daquela primeira “campanha” eu não tenho muitas lembranças de minhas próprias experiências com Cristo. A partir dali, tudo foi diferente.

Ainda me lembro do telefone tocando em minha casa e o convite chegando para que eu e meu irmão André, então com 11 anos, participássemos da primeira equipe brasileira de King’s Kids. A pessoa do outro lado explicou que as vagas já haviam sido preenchidas, mas que em oração o Senhor havia tocado seus corações para que nos convidassem. Estávamos vivendo os últimos dias do ano de 1989 e a viagem aconteceria durante as férias de Janeiro, em BH, Rio de Janeiro e São Paulo. Todas as despesas deveriam ser pagas pelos próprios participantes, seguindo um princípio da JOCUM (Jovens Com Uma Missão, existente em todo o mundo). Meus pais normalmente não teriam como pagar para nós irmos, mas Deus providenciou os recursos (meu pai sentiu de retirar o dinheiro aplicado no banco pouco antes do plano Collor congelar tudo, e por isso, ele teve a certeza de que aqueles recursos nos estavam disponíveis para um propósito maior). E realmente, aquele foi o melhor investimento que papai fez – mudou as nossas vidas.

Minha mãe, a princípio, ficou temerosa. Afinal, éramos muito dependentes e nunca havíamos viajado assim antes. Papai a tranqüilizou e ficou firme na decisão de nos enviar, e garantiu a ela que conhecia o trabalho dos missionários, que eram sérios, e que ela não precisava se preocupar. Mariana, ainda muito menor, ficou com meus pais (ela também participaria de King’s Kids alguns anos mais tarde), e nós dois, eu e o André, chegamos ao acampamento onde as duas semanas de treinamento aconteceriam.

Foi ali que conheci Moisés e sua esposa Márcia. Juntamente com eles, uma equipe de missionários apaixonados por Jesus e muito atenciosos conosco, se esforçavam para transmitir algo para as nossas vidas: a paixão pelo Senhor e pelas vidas perdidas. Lembro-me do primeiro culto. Moisés tinha uma voz suave e bonita, e nos ensinou:

“Jesus, a minha vida eu entrego a Ti; quero Te louvar, Te adorar. Eu sei que Tu me amas e queres me abençoar; meu Salvador, Jesus, pertenço a Ti. Eu Te amo, Te adoro; nada poderá me separar de Ti. Eu Te amo, Te adoro; meu Salvador, Jesus, pertenço a Ti”.

Por diversas vezes ao longo da vida canto esta canção ao Senhor. É tão singela, tão apaixonada por Jesus, tão simples, assim como o coração do Moisés. Só de olhar para ele já éramos impactados pelo seu testemunho. Seus olhar, seu sorriso, e também a paralisia em uma perna, que não o impediu de ser um vencedor. Poderia escrever um livro para registrar minhas lembranças… são muitas. A comunhão com pessoas de outras denominações e culturas. A visão do Corpo de Cristo se abriu para mim, pois até então só convivia com a realidade da minha igreja local. As disciplinas espirituais me foram apresentadas de forma intensa. Aprendi a ter um tempo a sós com Deus e tive minhas primeiras experiências de intercessão e de batalha espiritual. Eu me apaixonei pela seriedade como conduziam o treinamento (“Obediência imediata, absoluta e com alegria”). E o “coração limpo”, momento de sondar o coração e pedir perdão a Deus e ao próximo antes de cada ministração, que me acompanha até hoje. Aprendi a servir lavando banheiros, descascando batatas, adorando a Deus na hora da “manutenção”. Pela primeira vez vi a dança nas igrejas para adoração, e nas ruas para evangelização. Eu me senti tão realizada cantando, dançando e testemunhando sobre Jesus que descobri o que queria fazer pelo resto da minha vida. Subi pela primeira vez uma favela. Ministrei em Febens, presídios, escolas, shopping centers, teatros e calçadões. Vi de perto a pobreza e convivi com crianças de diferentes níveis sociais, como os órfãos que faziam parte da equipe. Recebi o amor pelas nações, e fiz também a minha primeira viagem missionária fora do Brasil em 1992, para Portugal e Espanha, para um Congresso Mundial com 1500 jovens de várias nações (minha visão do mundo se abriu! Tantas línguas, roupas, cores, sabores, necessidades, e um chamado específico para a Albânia!).

Como agradecer por tudo o que recebi? Além das impressões gravadas para sempre em meu espírito, estão as pessoas. Amigos que ocupam um lugar especial em meu coração e em minhas lembranças. Alguns de longe, outros por perto, mantendo contato, fazendo parte da minha vida – amigos que me conheceram menina, e que me amaram não porque eu era alguém importante… eu era uma igual entre tantos meninos e meninas, e essas amizades desinteressadas são preciosas para mim até hoje. Pessoas que viram, ouviram e liberaram palavras proféticas, sonhos e visões acerca do futuro que Deus tinha para mim. Pessoas inspiradas por este líder, Moisés, que sem dúvida alguma, nos últimos vinte anos, mobilizou milhares de crianças e jovens brasileiros no envolvimento missionário.

Suas obras o acompanham. Os frutos da sua vida se multiplicam nos milhares que já passaram por ele, dos quais muitos se tornaram missionários entre as nações, pastores, líderes em suas igrejas, crentes comprometidos com Jesus e Seu “Ide”, assim como eu. Sem dúvida, ao contemplar as vidas alcançadas através do Diante do Trono o Senhor diz a Moisés: “Esta colheita também é sua”.

Louvo a Deus pelas oportunidades que tive de agradecer. Uma vez, Moisés foi ao escritório do DT para um encontro comigo. Pude honrá-lo e dizer da minha gratidão, e de sua preciosa influência em minha vida e ministério. Há poucos meses atrás, eu, Gustavo e Isaque fomos passear em Pitangui, onde fica a base de King’s Kids no Brasil. Tivemos a alegria de fazer uma surpresa e passar uma tarde com ele, Márcia, suas lindas filhas, e outros inesquecíveis obreiros daquelas primeiras campanhas que participei. Hoje entendo que foi uma despedida, e uma oportunidade de demonstrar o meu carinho e gratidão.

Espero, por toda a minha vida, honrar as sementes que recebi deste valoroso e inesquecível servo do Senhor, Moisés.

Obrigada, Senhor…”

Ana Paula Valadão Bessa

Fonte: Diante do Trono

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